__Chakras compilado

Satyananda enfatiza que o principal objetivo de se desenvolver os chakras é justamente esta aceleração do processo evolutivo.
Descritos por Swami Satyananda Saraswati


Swami Satyananda Saraswati é um guru indiano muito respeitado que escreveu inúmeros trabalhos sobre a ioga tântrica e sobre os chakras. Nasceu no Himalaia em 1923 e tomou-se discípulo de Swami Shivananda em 1947.

Depois de doze anos de prática espiritual com seu mestre, passou nove anos peregrinando pela Índia a fim de aperfeiçoar seu sadhana.

Em 1964, estabeleceu-se em Monghyr e fundou a Bihar School of Yoga. Assim, sob sua orientação surgiram muitos centros de ioga e ashrams por todo o mundo.

Swami Satyananda extraiu a essência da prática da ioga tradicional e criou seu próprio sistema de tantra para atender às necessidades dos tempos modernos.

Nosso Institute for Religious Psychology (Instituto de Psicologia Religiosa), em Tóquio, mantém um intercâmbio com sua organização, por meio do qual utilizamos suas doutrinas iogues; além disso, ele tem plena liberdade para consultar nossas pesquisas científicas.

Segundo Satyananda, a palavra chakra refere-se a um centro de energia psíquica no corpo astral, centro este que controla certas habilidades elevadas ou paranormais. Também afirma que cada chakra se relaciona diretamente com um determinado sistema ou órgão do corpo físico, inclusive o cérebro.

Muitos desses centros estão inativos ou num estado de atividade mínima nos seres humanos comuns.

No curso natural da evolução, tais centros tomam-se gradualmente mais ativos até atingir todo seu potencial. Contudo, a ciência da ioga oferece um método seguro de encurtar, de forma extraordinária, este longo processo de evolução – o desenvolvimento sistemático e o despertar dos chakras.

Satyananda enfatiza que o principal objetivo de se desenvolver os chakras é justamente esta aceleração do processo evolutivo.

O CHAKRA AJNA

 

Satyananda aconselha ao praticante ativar o chakra ajna antes de qualquer outro. Justifica dizendo que, uma vez desperto, este chakra tem o poder de anular o carma; dessa forma ele ajuda a diminuir os perigos que podem surgir quando o carma dos chakras inferiores é ativado.

A seguir, apresento um resumo de seu parecer sobre o chakra ajna.

Derivada originalmente das raízes sânscritas, com o sentido de “saber” e de “seguir”, a palavra ajna significa “comandar”. Por esta razão, o termo ajna é freqüentemente utilizado como “centro de comando”, o qual recebe orientações de um guru (veja a seguir).

Localiza-se no ponto em que os três nadis principais (ida, pingala e sushumna) se fundem para formar uma única passagem, que continua a subir até o chakra sahasrara.

Parte da combinação da energia vital aqui reunida, provinda dos três nadis, flui para o sahasrara, enquanto o restante se dispersa pelos corpos físico, astral e causal. No chakra ajna os três nadis formam o Rudra-granthi ou o “nó de Shiva”, o terceiro dos “nós” psíquicos que devem ser desatados para que a kundalini se eleve até o sahasrara.

No corpo físico, o ajna relaciona-se diretamente com a glândula pineal e com o ponto entre as sobrancelhas, ponto este freqüentemente escolhido para a concentração neste chakra.

O chakra ajna localiza-se na extremidade oposta do sushumna com relação ao chakra muladhara, e qualquer alteração ocorrida num reflete instantaneamente o mesmo efeito sobre o outro. Os símbolos contidos nesses dois chakras também se assemelham: ambos possuem um triângulo invertido, o símbolo da força geradora ou criadora.

A concentração no ajna coloca o praticante em contato com grandes forças existentes nos nadis ida, pingala e sushumna, levando-o a profundas alterações psíquicas e à purificação da mente. Uma vez alcançada tal purificação, o iogue pode praticar com segurança a concentração nos demais chakras.

Entretanto, se este estágio não for cumprido com rigor, o praticante correrá grandes perigos devido à ativação do carma acumulado nos outros chakras, especialmente no muladhara, considerado o maior depósito de carma, Com o chakra ajna ativo, o praticante é capaz de manter a calma sem ser afetado quando essas forças são desencadeadas.
Ao ativar-se o chakra ajna, o praticante entra em contato com a consciência superior através da liberação do grande acúmulo de energia latente na glândula pineal.

(Observe que Satyananda associa o ajna com a glândula pineal, enquanto Leadbeater o associa com a glândula pituitária.) “Contato com a consciência superior” pode parecer uma concepção um tanto vaga, e de fato trata-se de um assunto um pouco difícil de explicar.

Refere-se ao contato direto com o “guru interior” – ou seja, uma fonte inata de profundos conhecimentos e uma grande ciência existente no interior do chakra ajna de todas as pessoas. Também é possível entrar em contato com o “guru exterior” – o anjo da guarda das pessoas.

Quando o praticante entra num estado de concentração profunda, a autopercepção e a consciência do ego desaparecem temporariamente; assim, ele pode ouvir a voz do guru interior e do exterior. Por esta razão, o chakra ajna é conhecido como “centro de comando”.

Comunicações telepáticas e percepção de clarividência também podem ser desenvolvidas com o despertar do chakra ajna.

No interior do círculo do diagrama que representa o chakra ajna existe um triângulo invertido. Ele simboliza o criador, a força mãe, a força material e a manifestação.

Em contrapartida, o triângulo em pé (como o encontrado no yantra do chakra anahata, Y representa a consciência-percepção inativa. Dentro do triângulo, atrás da letra “3″, existe uma forma de coluna, conhecida como linga.

Embora o linga seja convencionalmente visto como um símbolo fálico, Satyananda afirma que na ioga tântrica ele é primariamente um símbolo do corpo astral, denominado linga sharira em sânscrito. O círculo simboliza o shunya, o vazio.

Trata-se de um dos três atributos do samadhi, o estado de superconsciência. Os outros são chaitanya(consciência completamente ativa) e ananda (glória).

O estado de shunya permanece inacessível para aqueles cuja consciência esteja confinada aos limites de tempo e espaço.

O corpo astral pode ser observado extra-sensorialmente em três formas, representado por Shiva-lingas nos chakras muladhara, ajna e sahasrara.

No muladhara, ele é visto como uma coluna de gás cinzento inconstante. À medida que nossa concentração se aprofunda, o corpo astral aparece bem escuro (preto) no chakra ajna.

Com uma concentração contínua, este Shiva-linga toma-se iluminado, como uma luz brilhante no sahasrara. Esses três estágios são conhecidos como consciência astral indistinta, escurecida e luminosa, o que representa a purificação e a evolução progressiva da mente.

A sílaba OM, o mantra bija do chakra ajna, localiza-se no interior do círculo; trata-se do símbolo da superconsciência. Acima da lua sobreposta e do bindu (um ponto) existe a cauda esguia, que representa a parte mais sutil da consciência.

As duas pétalas localizadas a cada lado do circulo encerram as sílabas Ham e Ksham, os mantras bija de Shiva e de Shakti, respectivamente.

Satyananda vê a aura do chakra ajna de cor cinzenta, apesar de admitir que os outros pesquisadores a descreveram como transparente. Leadbeater, por outro lado, afirma que o ajna emite uma aura de cor violeta-escura.

Tais descrições assemelham-se no que diz respeito às cores escuras; as ligeiras diferenças podem ser atribuídas ao fato de Satyananda referir-se à aura existente na dimensão astral, ao passo que Leadbeater descreve a aura etérica.